-Ei quer um cigarro?
-Ouvi alguém chamar meu nome...
-Querer um cigarro? Mas eu não fumo!
-Sim, mas é você que não fuma.
-E qual a diferença? Eu não sou você? E você sou eu?
-Sim, no entanto sou independente de você.
-Sua independência diz respeito a minha vontade.
-Cale a boca, já faz tempo que não te tolero.
-É seu dever tolerar-me
-"Tolerar-me", até quando você vai brincar com isso?
-Quem é o palhaço dessa jogada é você meu caro.
-Você se acha o grande poeta, o grande canastrão. Não passa de um chorão.
-Você se considera o grande altruísta, o pequeno grande homem. Não passa de bajulações.
Silencio.
-Será que realmente somos independentes?
-Acho que na verdade eu não sou você, e nem você sou eu...
-Não é essa a pergunta, será que somos independentes?
-Começo a pensar que somos ele.
-Não! Eu não sou ele!
-Eu também não queria ser, mas sou.
-Então ele nos usa?
-Ele não nos usa... Nós somos ele.

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