"Ei você
Quem me pede um cigarro
Dê-me um tapa no rosto
Pra ver se eu acordo
Grita meu nome
Pois hoje não me recordo
Em que esquina perdi
Minha alegria
Ou mesmo onde nasci
Onde foi forjado esse peito?
Que de tão duro não abriga o coração direito
Onde é que está a nota fiscal?
Quem me presenteou com o dom de ser anormal?
Cansei de ser inteiro
Cansei de ser racional
Preferia não ser periódico
Preferia não estar no conjunto dos que sofrem
Daqueles que, por amor, se autodestroem
Eu não poderia dar uma escapada?
Fugir do destino e quebrar as escadas
Que dão acesso
À suas recaidas, seus acessos.
Desde aqueles versos ainda não reencontrei
Corpo."
Nenhum comentário:
Postar um comentário